quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

CPM 22 volta às raízes-Entrevista Com Badaui .


(Helinho Suzuki)


Numa Entrevista Bate e Pronto, Badaui Vocalista do CPM22.

O novo cd remete muito ao hardcore dos anos 90 e até as primeiras demos de vocês. Esse volta as raízes aconteceu naturalmente ou foi algo planejado?

Na verdade a gente não quis voltar a fazer o som que a gente fazia, acho que o “Felicidade Instantânea” é o disco mais diferente da carreira, foi o que a gente mais tentou experimentar outras influências, talvez até influências fora do punk/hardcore, tem algumas coisas que soam como Deftones, tem muita gente que tentou classificar a gente como New Metal, mas isso eu já acho um exagero. Mas nesse novo cd o CPM ta fazendo o som que sempre fez desde a origem.

As músicas “Tempestade de facas” e “Maldita herança” é completamente diferente de tudo que vocês já fizeram. Como você acha que os fãs vão reagir ao ouvi-las?

É difícil falar disso porque o CPM em 95 fazia um som que era voltado bem mais para o hardcore mais pesadão, com menos melodia que tem hoje. Então a gente tá trazendo de volta alguma dessas influências que a gente tinha no começo da banda, mas acho que os fãs vão gostar porque eu to achando que ta tudo muito doce por ai, então acho que essas músicas podem vir como algo mais novo.

O novo cd é uma resposta também para quem acha que vocês são emos?

Não, pode até parecer uma coincidência assim, para mim se o CPM teve alguma influência emo, é do emo verdadeiro dos anos 80/90 tipo Jawbreaker, Sunny Day, até o Samiam e não esse emo de hoje em dia que mais em cima do visual do que do som. A gente não precisa dar resposta nenhuma se a gente é emo ou não, nem pensamos sobre isso.

O que mudou com a entrada do Fernando? Ele trouxe outra sonoridade para a banda?

Você pode sentir isso no disco, acho que a cozinha ta muito mais power que em qualquer outra época, até mesmo a gente ter gostado da gravação do Luciano no baixo no “Felicidade Instantânea”, o cara não é baixista, ele é guitarrista e agora o Fernandinho criou linhas de baixo, fez músicas... Além de tudo isso, o que a gente ganhou como músicos com ele entrando, foi a experiência dele como produtor, dentro de estúdio ele sabe a sonoridade que quer tirar e sabe como fazer isso.

Falando um pouco do mercado fonográfico, você acha que a mídia cd está com os dias contados? Você acha que o CPM 22 ainda lança mais um trabalho neste formato?

Acho que o cd em termos de marketing e vendas ele ta praticamente morto, mas acho que ainda tem pessoas que gostam de ter cd, assim como algumas pessoas mais velhas gostam de ter um vinyl, você pode ouvir de várias formas o som, seja num toca-disco, seja num mp3, acho que só criaram novas mídias, ele não ta completamente morto em termos de uso, mas em termos de mercado acho que ele ta perto do fim.

O que mais você tem saudade da época independente?

Da falta de compromisso, de poder ficar bêbado sem se preocupar se o som ta bom ou não, se você ta cantando afinado, a diversão, a inocência de quando se é uma banda independente, eu digo no meu caso porque quando a gente era independente eu era bem moleque, mas com certeza não é só diversão e rola um trabalho bem sério das bandas mais antigas e já faz esse trabalho independente há algum tempo.

E o que você acha das bandas novas se preocupam mais com o visual e esquece do musical?

Não questiono o nível musical dessas bandas, mas acho que todas tão bem parecidas e o visual ta muito mais presente que na nossa época, nunca me preocupei com isso, a gente sempre tocou em buraco, suando, nojento e só por umas cervejas em troca.

Vocês atualmente que estão cuidando do myspace, fotolog estreitando assim a relação entre fã/banda. A idéia era essa? Estar em contato cada vez mais com os fãs?

Sim, acho que esse lado da internet é a melhor coisa, de você ter a proximidade, mesmo a distância, de outros estados, outros países, acho que esse é o lado mais legal da internet, se for para falar do trabalho relacionado à banda ou usar para você rever amigos é uma coisa bem legal, agora tem o lado negro da internet também, a falta de segurança, nego falar o que quer, fazer montagens, inventar coisas sobre pessoas, inclusive de mim... Mas cada vez mais a gente quer essa proximidade com o fã pela internet mas só pelo esse lado de quem gosta da banda mesmo, não ficar entrando em assuntos que não tem nada a ver com a gente.



-Helinho Suzuki é Baixista Da banda Paulista Food4life e Jornalista Da revista Tribo Skate.